segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As pessoas me conhecem pelo que eu não sou
Reconhecem-me nas roupas que eu não uso
Pela voz que calo
Pelo momento que mudo.

Reconhecem-me pelo que eu nunca fui
Aceitam minha farsa
Não se importam quando caem as máscaras
Aceitam passivamente toda minha mentira.

Passo diversas vezes pelo mesmo lugar
Repito as mesmas palavras e histórias...
Alguns textos e fotografias...
Acreditam na música que eu canto, mesmo que jamais a ouçam.
Ouvem-me até tocar!

Há crença naquilo que se verbaliza
Há crença naquilo que se vê
E assim ninguém parece ter credibilidade alguma.
Tudo é valido quando dito!
Mesmo que inventado, sugerido!

As pessoas me reconhecem pelo que eu nunca disse
Reconhecem-me pelo que eu não senti
Pela folha branca que lêem
Do livro falso que eu nunca escrevi.